Lembrei-me do primeiro esboço de vida
Que tive ao buscar entender o amor,
Essencialmente brotaram-me, em água
E tinta fluida em pincel e luz, formas efêmeras.
Importante era compor praças completas,
Furtos da imaginação precoce,
De querelas mínimas, familiares, toscas,
Na busca por compreender o mundo.
Remédios não havia para a dor,
O alívio era compor, compor, compor,
Decompondo-me aquarelisticamente,
Nenhum cão doméstico a me consolar.
Nem sempre desenhos, muitas vezes só cores,
Encantadoramente tristes, melancólicas,
Transcorrendo a água feita a vida, lágrima,
Num misticismo que me prendia ao nada.